Capítulo 2
A Festa
Voltei para casa e diferente dos outros dias, eu não liguei o rádio na frequência policial. Passei um tempo em frente em frente ao armário até escolher minha roupa. Procurei por algo que não fosse muito... Preto.
Ouvi batidas na porta e gritos de Mike, peguei minha jaqueta e abria a porta.
–Uau! – Ele me olhou dos pés à cabeça – Gata, assim você ainda me mata! – Ri revirando os olhos
–Você também não está ruim, Mike. Onde estão Suzi e Lucy?
–No carro, vamos? – Assenti
Pessoas dançando, copos descartáveis coloridos, besteiras e salgados para comer, músicas animadas... A festa acontecia na quadra de esportes e no campus onde ficava a piscina. Lucy logo encontrou umas amigas e se afastou eu ainda estava tonta e confusa com tantas luzes e barulho, quando percebi, Mike também não estava por perto. Suzi e eu paramos na quadra de esportes.
–Alicia? Você está bem? – Perguntou Suzi rindo da minha cara de boba
–Sim, claro que estou. – Sorri
–Então eu vou pegar uma bebida, quer?
–Não, não, valeu. – Ela se foi cumprimentando quase todos que passavam por ela
Tenho que admitir que eu sentia falta disso.
–Lis? – Alguém chamou atrás de mim tocando o meu braço, me virei imediatamente e vi.
Eu já havia visto aquele rosto antes, em algum lugar. Era um homem alto e muito, muito bonito, ele tinha olhos claros, cabelos negros, a pele branca, estava com uma camisa azul clara e jeans escuro.
–Não se lembra de mim, Lis?
–Me desculpa, eu... Lis? Ninguém me chama de Lis desde o colegial!
–Exatamente, não vejo você desde o primeiro ano...
–Oh Meu Deus! Dick? Dick Grayson?
–Finalmente! Pensei que não ia se lembrar! – Me pendurei em seu pescoço abraçando-o
–Me desculpe, é porque não nos vemos há tanto tempo. – Deslizei minhas mãos tocando seus braços fortes – Você cresceu... E ficou forte!
–E você está... Linda! – Rimos juntos
–Você também ficou... Muito bonito!
–Eu não era muito bonito quando nos conhecemos, acho que mudei um pouco. Você sumiu... Por quê? – Ele continuava enlaçando a minha cintura
–Eu resolvi estudar por correspondência...
–Cansou da correria da facul? – Ele sorriu
–Sim.
–Alicia, tem certeza que você não quer... Dick? – Susana chegou com um copo cheio de alguma coisa alcoólica
Me afastei dele sem graça enquanto eles se cumprimentaram.
–Bem, eu vou pegar uma bebida para mim, você quer Lis?
–Sim, por favor.
–Vê se não foge de mim de novo. – Dick sorriu e se afastou
–Eu te deixo sozinha por um minuto e os gatos atacam, hein Lis? – Provocou Susana rindo
–Que engraçadinha!
–Anda Alicia! Se diverte um pouquinho... – Ela falou dando uma cotovelada leve em meu braço
–Eu vou tentar.
–Aqui está. – Dick chegou e me entregou um copo
–Obrigada.
Suzi saiu de fininho.
–Então, Lis... Me conte as novidades! – Ele berrou tentando soar mais alto que a música eletrônica
–Eu não vou conseguir. – Ri – O barulho...
–Tem razão, vem. – Ele me puxou para a saída
...]
–Onde estamos indo? – Eu não reconhecia mais os corredores, nós estávamos apenas subindo escadas.
–Estamos chegando. – Ele abriu uma porta onde havia uma placa onde estava escrito“Apenas pessoal autorizado”.
–Você tem autorização? – Quando terminei de falar eu já estava no terraço
Não havia mais ninguém ali, o céu estava estrelado e a lua estava cheia e enorme, era um espaço grande e não tinha proteção alguma, havia duas cadeiras de praia apontadas para a lua.
–Uau! Como foi que achou esse lugar?
–Matando aula. – Ele riu como se estivesse sem graça e me puxou até a beira com intenção de me deixar com medo
–Que coisa feia, senhor Grayson! – Fiz sinal de negação
–Já faz muito tempo, eu não faço isso.
–Você sempre traz garotas aqui? – Perguntei fingindo me importar
–Só as especiais... – Ele sorriu... E que sorriso! – Na verdade, você é a primeira garota que sobe aqui comigo.
–Me sinto honrada! – Ironizei e ele riu
–Sinta mesmo! Agora me conte as novidades. – Ele se sentou em uma das cadeiras e fez sinal para que eu me sentasse na outra.
–Não é nada de mais, Dick... – Me sentei ao seu lado – Agora eu trabalho na lanchonete da Dona Martha e moro sozinha... Essas são as coisas mais emocionantes que tenho para contar! – Ele riu e depois eu o acompanhei
–O café da Dona Martha era o melhor... Ainda é?
–Sim, é incomparável! – Rimos – E as suas novidades?
–Bem... Agora eu trabalho com o Bruce nas empresas Wayne... E ainda estou na mansão Wayne.
–É uma empresa bem grande. – Bebi um gole da Smirnoff no copo vermelho
–É...
Passamos muito tempo conversando sobre besteiras e coisas importantes, na verdade, o tempo pareceu voar. Depois, o celular dele fez um barulho, ele pegou o e observou por um instante.
–Suzi e Mike estão procurando por você. – Ele digitou alguma coisa e guardou o celular
–Jura? Mas que horas são?
–2h e pouco... Não está muito tarde.
–Preciso ir. – Levantei – Eu não dou notícias há quase 4 horas.
–Tem razão. Vamos.
Descemos todas as escadas ainda conversando e rindo, paramos no estacionamento.
–Onde eles estão?
–Eles já foram eu disse que levaria você.
–Oquê?
–Eu disse que levaria você em casa, seus primos beberam e foram de taxi.
–Você também bebeu.
–1 copo de Smirnoff há 4 horas não conta.
–Você poderia ter me contado que faria isso.
–Desculpe Lis, na próxima eu aviso e pergunto se você se importa de ir comigo, mas agora não há escolha. – Ele falou com um tom de decepção forçada
–Tá tudo bem... – Sorri – Vamos?
Fomos rindo e conversando até ele parar em frente ao meu prédio.
–É aqui que você mora? – Ele perguntou examinando
–Sim...
Trocamos o número dos celulares, me despedi e entrei em casa. Me peguei sorrindo ao lembrar da festa, mesmo que eu tenha ficado muito pouco na verdadeira festa, e o Dick... Como cresceu, e como ficou lindo, como me fez rir de piadas idiotas durante toda a noite.Acorda Alícia! Eu quase nunca usava o meu celular, estava sempre descarregado. Antes de dormir conectei o celular ao carregador.